A Varanda
A Varanda
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Quando:
Onde:
Performers:
  • Tiago Matias e Vítor d’Andrade, Tiago Manaia, Sofia Marques, Rita Durão, Ricardo Aibéo, Luís Miguel Cintra, Luis Lima Barreto, Luísa Cruz, José Manuel Mendes, João Grosso, Duarte Guimarães, Dinis Gomes, Dinarte Branco e Beatriz Batarda
Bilhetes:
  • Estudantes, menores de 25 e maiores de 65 anos: €7.50
  • Bilhetes: €15.00
Categoria
Artes Cénicas / Teatro
Descrição:

A Varanda é uma das mais comentadas e discutidas peças do século XX

E também uma das mais desejadas e temidas pelos encenadores. Poucos dos grandes encenadores que a trabalharam conseguiram agradar a Genet na sua abordagem (Peter Zadek, Peter Brook, Erwin Piscator, Roger Blin, Giorgio Strehler). Teria sido ao que parece a encenação de Vítor Garcia para Rute Escobar em S. Paulo aquela que mais perto estaria do que Genet podia imaginar quando definia a peça como uma glorificação da imagem e do reflexo. Ao contrário do que o título poderia levar a crer, tudo nesta peça é fechado em si próprio. Entre imagem e reflexo, e anulado o ser, ou a Verdade. Tudo se passa numa espécie de sistema fechado, como uma grande câmara de espelhos: a Varanda é o nome de um bordel ou casa de ilusões, dirigida por Irma e a sua ajudante Carmen. As prostitutas ajudam a construir fantasias para o prazer dos clientes que imitam ou espelham as relações e as estruturas do Poder: a Igreja, a Justiça, o Exército, a Polícia, mas também a relação patrão/escravo e rico/pobre e as relações amorosas. As cenas vão-se sucedendo como variantes da mesma ideia até à cena da própria Morte, associada ao momento da derrota de uma Revolução que não se sabe se realmente se está a passar lá fora, se faz parte da ilusão. Quando a janela da Varanda finalmente se abre sobre a praça e as personagens aparecem à varanda, ela transforma-se em espelho, na imagem que a praça quer ver, a imagem do poder. Numa moldura. E a praça: o poder que a praça glorificaria. Ou melhor, as imagens do poder. A violência política e poética do texto transformam esta peça num espécie de bárbara oratória, talvez um reflexo, ou uma imagem do nosso viver com os outros.

 

Evento adicionado por sergiodlopes — Activo há

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